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Brasil anuncia a 1ª Conferência Nacional dos ODS: rumo a um país mais justo, verde e inclusivo.

  • Foto do escritor: SETRABES 2030
    SETRABES 2030
  • 15 de nov.
  • 5 min de leitura
Foto: Roberta Aline | ASCOM/MDS
Foto: Roberta Aline | ASCOM/MDS

O Brasil entra em uma nova fase de articulação da chamada Agenda 2030 ao anunciar a realização da primeira edição da Conferência Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O evento pretende reunir governo, sociedade civil, setor privado e juventude para debater, avaliar e propor caminhos para o alcance dos 18 ODS e suas metas correlatas, e para além disso, garantir que as pessoas que mais sofrem com desigualdades e os efeitos da crise climática também estejam no centro das decisões.


Os 18 ODS: o que são e qual o impacto na sociedade

A Agenda 2030, proposta pelas Nações Unidas, define 18 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para serem alcançados até 2030. Eles são:

  1. Erradicação da pobreza

  2. Fome zero e agricultura sustentável

  3. Saúde e bem-estar

  4. Educação de qualidade

  5. Igualdade de gênero

  6. Água potável e saneamento

  7. Energia acessível e limpa

  8. Trabalho decente e crescimento econômico

  9. Indústria, inovação e infraestrutura

  10. Redução das desigualdades

  11. Cidades e comunidades sustentáveis

  12. Consumo e produção responsáveis

  13. Ação contra a mudança global do clima

  14. Vida na água

  15. Vida terrestre

  16. Paz, justiça e instituições eficazes

  17. Parcerias e meios de implementação

  18. Igualdade Etnico-Racial


Cada objetivo é interdependente: melhorar a educação (ODS 4) facilita a saúde (ODS 3) e o trabalho decente (ODS 8); garantir o saneamento (ODS 6) reduz doenças e vulnerabilidades; promover energia acessível e limpa (ODS 7) contribui para clima (ODS 13) e cidades sustentáveis (ODS 11).


O impacto desses objetivos na sociedade é profundo: se bem implementados, significam menos pobreza, menos fome, saúde mais ampla, menor desigualdade, proteção ambiental, crescimento econômico sustentável, cidades mais seguras e uma participação social mais ativa.


No Brasil, onde persistem desigualdades históricas: regionais, raciais, de gênero, socioeconômicas; os ODS representam uma “agenda de convergência” entre desenvolvimento social e preservação ambiental. Além disso, frente às mudanças climáticas, é cada vez mais evidente que os efeitos atingem com força maior os mais vulneráveis, comunidades tradicionais, periferias urbanas, regiões de clima extremo, tornando urgente que o desenvolvimento sustentável seja também inclusivo e equitativo.


O anúncio na COP 30 e o papel da participação social

Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), realizada em Belém-PA, a Sra. Izadora Brito, Secretária Nacional de Participação Social da Secretaria‑Geral da Presidência da República (SG), anunciou que o Brasil vai realizar pela primeira vez a Conferência Nacional dos ODS. Segundo o anúncio, o evento será “gigante, histórico” e “muito importante para demarcar que a gente quer construir um país e um mundo distante das desigualdades”.


Participaram da mesa representantes da sociedade civil, de entidades como o Itaipu Binacional, do setor privado e do governo, reforçando o caráter plural da iniciativa.


É importante destacar o papel da participação social: ao realizar o anúncio durante a COP 30, em um ambiente de diálogo climático global, o governo sinaliza que a conferência dos ODS deve não apenas tratar de metas e indicadores, mas envolver comunidades, juventude, movimentos sociais, povos indígenas e diversos segmentos que historicamente têm sido excluídos dos “grandes painéis de decisão”.



Quando e para quem: impactos concretos na vida das pessoas que mais precisam

Embora o anúncio tenha deixado claro que a conferência ocorrerá “no próximo ano” (após 2025) — ainda não consta uma data ou local público definitivo no momento.


Para as pessoas que mais precisam, aquelas que enfrentam pobreza, insegurança alimentar, falta de saneamento, moradias precárias, risco climático, o evento pode ter impacto direto em várias frentes:

  • Direcionamento de políticas públicas: ao reunir um panorama nacional, a conferência pode ajudar a definir prioridades territoriais (por exemplo: Amazônia, Caatinga, periferias urbanas) para que os ODS sejam implementados de modo mais alinhado às realidades locais.

  • Aceleração de financiamento e parcerias: a mobilização nacional pode catalisar recursos, parcerias entre governos estaduais, municipais, iniciativa privada e sociedade civil para projetos que de fato ofereçam soluções em saneamento, habitação, energia limpa, agroecologia e infraestrutura.

  • Foco na justiça climática e desigualdade: pessoas vulneráveis sofrem mais com eventos climáticos extremos (enchentes, secas), com vulnerabilidade social e menor acesso a redes de proteção, a conferência poderá colocar esse grupo no centro da implementação dos ODS, alinhando ação climática + inclusão social.

  • Visibilidade e participação cidadã: quando comunidades têm voz e são escutadas, as políticas se tornam mais eficazes e legítimas. A conferência abre espaço para que os que vivem a desigualdade participem da definição de soluções, fortalecendo democracia e corresponsabilidade.

  • Integração nacional-local: va desde Brasília até municípios remotos, essa conferência tem o potencial de “baixar” os ODS para o nível municipal e comunitário, fortalecendo que cada local identifique como contribuir e beneficie-se.


Dessa forma, a realização da conferência não é apenas simbólica: é um mecanismo para que as metas globais (ODS) sejam traduzidas em melhorias concretas na vida de cidadãos brasileiros que historicamente carregam o fardo da exclusão.


Por que isso importa agora

Vivemos um momento crítico: o mundo enfrenta mudanças climáticas aceleradas, crises alimentares, desigualdades crescentes, pressões sobre os ecossistemas, e muitos dos impactos recaem sobre quem menos contribui para o problema.


No Brasil, isso se agrava por fragilidades institucionais, desigualdades regionais (Norte/Sul, urbano/rural), e desafios de governança. A Agenda 2030, e seus 17 ODS, representa um contrato global que exige adaptação local. Ao anunciar a conferência nacional, o Brasil sinaliza que quer fazer essa adaptação de forma mais participativa, integrada e ambiciosa.


Para profissionais de políticas públicas, gestores, sociedade civil, juventude e criadores de conteúdo, esse é um momento de oportunidade: produzir comunicação estratégica, visualizações de dados, narrativas que conectem metas globais com realidades locais e mobilizar parcerias que vão além do “papel”.


Próximos passos para acompanhar e participar

  • Ficar atento ao portal da Secretaria-Geral para confirmação de data, local e pauta da conferência. (Até agora: apenas “ano seguinte”.)

  • Mobilizar redes de sociedade civil, juventude, movimentos de base para garantir que suas vozes estejam representadas, em especial pessoas de territórios vulneráveis, comunidade indígena, periferias.

  • Produzir materiais como infográficos, vídeos, reportagens, podcasts, que expliquem os 17 ODS em linguagem acessível para públicos diversos, conectando com o que a conferência pretende gerar.

  • Preparar propostas de políticas locais alinhadas aos ODS (por exemplo: saneamento + ODS 6 em determinado município; agroecologia + ODS 2/12; energia solar comunidade + ODS 7/13) que possam ser apresentadas ou circuladas durante a conferência.

  • Monitorar como será o “legado” da conferência: se haverá marcos de acompanhamento, metas nacionais específicas, mecanismos de participação social contínua.


A 1ª Conferência Nacional dos ODS marca um momento de virada para o Brasil, não apenas por reunir atores em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mas porque ela traz o imperativo de democratizar o desenvolvimento sustentável: que a ação climática, a justiça social e a economia verde não sejam privilégio, mas meio de vida digna para todos. Para quem mais sofre com desigualdades e vulnerabilidades, essa conferência oferece um porto de esperança, desde que se transforme em instrumento de transformação real, com escuta ativa, governança aberta, compromissos concretos e recursos destinados àqueles que mais precisam.


Fontes:

  • “Vem aí a primeira Conferência Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” — página oficial da Secretaria‑Geral da Presidência da República (Governo Federal) publicada em 13/11/2025. Serviços e Informações do Brasil

  • “Vem aí a primeira Conferência Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” — artigo no site Plantaonews repercutindo o anúncio. PLANTÃONEWS

  • “COP30: O Brasil sedia pela primeira vez o Debate Climático Mundial” — página da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São José dos Campos (SEMIL.SP) detalhando contexto da COP30 em Belém. semil.sp.gov.br

  • “COP 30 — Secretaria-Geral – Portal Gov.br” — seção da Secretaria-Geral sobre a COP30 que também menciona o anúncio da conferência dos ODS.


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