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Novembro Negro: A Trajetória de Emicida e a Revolução pelo Afeto e pela Palavra.

  • Foto do escritor: SETRABES 2030
    SETRABES 2030
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura
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No âmbito das celebrações do Novembro Negro, promovido pelo Governo de Roraima por meio da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (SETRABES), dedicamos o dia de hoje a homenagear uma das vozes mais contundentes da cultura brasileira contemporânea. Estamos falando de Leandro Roque de Oliveira, mundialmente conhecido como Emicida. Sua história não é apenas sobre música, mas sobre a construção de novos imaginários para a população negra, baseados na excelência, no empreendedorismo e na sensibilidade.


Das Batalhas de Rima ao Reconhecimento Global

Nascido na Zona Norte de São Paulo, Leandro enfrentou desde cedo as dificuldades impostas pela desigualdade social e pela perda precoce do pai. Encontrou no Hip Hop não apenas um refúgio, mas uma ferramenta de sobrevivência e expressão. O nome artístico nasceu nas lendárias batalhas de freestyle, onde sua habilidade rápida de improviso lhe rendeu a alcunha de "assassino de MCs", abreviado para Emicida.


No entanto, o artista rapidamente ressignificou seu nome para a sigla "Enquanto Minha Imaginação Compuser Insanidades Domino a Arte". O lançamento de seu primeiro single, Triunfo, em 2008, marcou o início de uma nova era no rap nacional. Com uma produção independente e vendendo suas mixtapes de mão em mão por valores simbólicos, ele provou que era possível criar o seu próprio mercado sem depender das grandes gravadoras tradicionais.


Laboratório Fantasma e o Empreendedorismo Negro

Um dos pilares fundamentais da carreira de Emicida, que dialoga diretamente com as políticas de fomento ao trabalho e renda, é a criação da Laboratório Fantasma. Fundada junto com seu irmão, Evandro Fióti, a empresa tornou-se um exemplo de gestão e autonomia. Mais do que uma gravadora, a Lab Fantasma transformou-se em um coletivo de moda e cultura que coloca a estética da periferia e a identidade negra no centro do palco, inclusive desfilando na São Paulo Fashion Week.

Essa iniciativa mostra que a potência da população negra vai muito além da arte, ocupando espaços de liderança executiva e movimentando a economia criativa do país com profissionalismo e visão estratégica.


AmarElo e o Resgate da Autoestima

A discografia de Emicida é uma crônica da evolução social do Brasil. Se no início suas letras denunciavam a dureza da realidade periférica, em seu projeto mais recente e aclamado, AmarElo, ele propõe um novo caminho revolucionário: o afeto.


O álbum e o documentário homônimo são um convite ao cuidado com a saúde mental da população negra, historicamente negligenciada. Ao samplear Belchior na faixa AmarElo, cantando que "ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro", Emicida criou um hino de resiliência e esperança. Ele conecta o rap ao samba, o contemporâneo ao ancestral, lembrando que a sobrevivência do povo negro é, por si só, um ato de coragem.


O Legado para as Futuras Gerações

Homenagear Emicida no Novembro Negro da SETRABES é reconhecer um intelectual público que usa sua plataforma para combater o racismo estrutural através da educação e da cultura. Ele nos ensina que é necessário ocupar todos os espaços, seja na música, na literatura infantil (onde também é autor premiado) ou na televisão.


Para a juventude de Roraima, a trajetória de Leandro Roque de Oliveira serve como um farol. Ela ilustra que, independentemente da origem humilde, é possível reescrever a própria história e, no processo, transformar a sociedade ao redor. Emicida representa a consciência negra em sua forma mais plena: altiva, criativa, solidária e, acima de tudo, livre.


Fontes


  1. Laboratório Fantasma - Site Oficial e Biografia: https://www.laboratoriofantasma.com

  2. Enciclopédia Itaú Cultural - Verbete sobre Emicida: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10963/emicida

  3. Documentário AmarElo - É Tudo Pra Ontem (Netflix) - Ficha Técnica e Sinopse: https://www.netflix.com/br/title/81212869


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