Carolina Maria de Jesus: A Voz da Favela que Mudou a Literatura Brasileira.
- SETRABES 2030

- 7 de nov.
- 3 min de leitura

O Governo de Roraima por meio da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social está promovendo o Novembro Negro, um mês inteiro em alusão à Consciência Negra, e cada dia estamos homenageando uma personalidade negra. Hoje é o dia de homenagear Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra, forte, criativa e transformadora que marcou a história da literatura e da resistência no Brasil.
Origem e infância
Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais. Proveniente de uma família pobre e negra, teve apenas cerca de dois anos de escolarização formal. Ainda menina, vivenciou a dureza de uma sociedade marcada pelo racismo estrutural, pela pobreza rural e pelos resquícios da escravidão. Essa origem não a tornou menor, pelo contrário, forjou nela uma voz potente e necessária.
Migração e vida na cidade
Na década de 1930, Carolina se mudou para São Paulo, onde trabalhou como empregada doméstica. Em 1948, foi viver na favela do Canindé, na zona central da cidade. Atuando como catadora de papéis e recicláveis para sobreviver, manteve a escrita viva em diários e reflexões sobre sua vida e as vidas ao seu redor. O cenário de marginalização social não a silenciou: ela transformou o cotidiano invisível em literatura.
A obra que marcou
Em 1960, foi publicado o livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, que fez de Carolina um fenômeno editorial. A obra retrata com sensibilidade e crueza a fome, a miséria, o racismo, a dignidade e a luta de quem vive à margem da sociedade. Carolina se tornou uma das primeiras escritoras negras brasileiras a ganhar reconhecimento nacional e internacional, mostrando o poder da escrita como instrumento de denúncia e transformação.
Temáticas e legado
Em sua escrita, Carolina aborda temas como desigualdade social, raça, gênero, pobreza urbana e superação. Seu legado ultrapassa o campo literário e representa resistência, voz e dignidade para milhões de brasileiros e brasileiras. Sua história é símbolo da força de uma mulher negra que transformou dor em arte e exclusão em memória.
Reconhecimento e atualidade
Mesmo após sua morte, em 13 de fevereiro de 1977, em São Paulo, seu nome continua vivo. Obras inéditas, exposições, estudos acadêmicos e edições comemorativas mantêm a trajetória de Carolina ativa e inspiradora. Ela se tornou referência não apenas na literatura, mas também na luta por justiça social e igualdade racial.
Por que homenageá-la no Novembro Negro em Roraima
No mês dedicado à Consciência Negra, homenagear Carolina é reafirmar a importância da representatividade e da valorização das raízes afro-brasileiras. Em Roraima, onde as populações negras e indígenas convivem e enfrentam desafios contemporâneos, a história de Carolina inspira políticas de inclusão, educação e cultura. Sua voz ecoa como símbolo de resistência, mostrando que é possível transformar o mundo pela palavra.
Mensagem para a comunidade
Carolina Maria de Jesus nos ensina que cada palavra importa, que cada registro de vida tem poder de transformação, que a invisibilidade pode ser rompida pela escrita, pela arte e pela coragem. Sua trajetória é um convite para que todos os jovens negros e negras reconheçam sua força e escrevam suas próprias histórias com orgulho, coragem e esperança.
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