
Fortalecendo a Agenda 2030 em Roraima


COP30: os principais acontecimentos e debates que marcaram o dia 11 de novembro em Belém
O segundo dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, foi intenso e simbólico. Realizada em Belém do Pará, a data de 11 de novembro ficou marcada por debates sobre adaptação, financiamento climático, protestos indígenas e o papel crucial da Amazônia na agenda global.
A meta de 1,5 °C: uma questão de sobrevivência
Os pequenos Estados insulares se uniram em um forte apelo para que o mundo mantenha o limite de aquecimento global em 1,5 °C. Para essas nações, que enfrentam o avanço do mar e desastres climáticos cada vez mais intensos, esse número representa a linha entre a vida e a extinção. Eles alertaram que abandonar essa meta seria um fracasso moral e político do sistema internacional.
A discussão ganhou destaque porque expõe a desigualdade dos impactos climáticos e a urgência de compromisso por parte dos países mais ricos, principais responsáveis pelas emissões históricas.
Água e resiliência climática no centro da COP30
Um dos principais eventos do dia foi o fórum “Waters of Change”, que abordou a relação entre a água e a ação climática. A Organização Meteorológica Mundial inaugurou o pavilhão “WMO-IPCC-MERI”, espaço dedicado à cooperação científica e à gestão de riscos ambientais.
As discussões destacaram a necessidade de proteger fontes de água doce, preparar cidades para inundações e ampliar o acesso a recursos hídricos seguros. A água foi apresentada como o elo que conecta adaptação, segurança alimentar, saúde e bem-estar humano, reforçando a visão de que a crise climática é também uma crise da água.
Financiamento climático: promessas ainda distantes da realidade
A pauta financeira voltou a dominar as conversas entre delegações. Países em desenvolvimento cobraram transparência e responsabilidade na liberação de recursos prometidos para mitigação e adaptação.
Sem financiamento real, alertaram representantes africanos e latino-americanos, não há como implementar projetos sustentáveis nem proteger populações vulneráveis. O tema divide países e mostra a distância entre os compromissos firmados nas conferências e o que de fato é executado.
Protestos indígenas e o chamado por justiça climática
O dia também foi marcado por manifestações de povos indígenas que ocuparam parte da área oficial da conferência, conhecida como Blue Zone. Os manifestantes exigiram voz ativa nas decisões sobre florestas e territórios e denunciaram a exclusão das comunidades tradicionais das negociações.
O episódio evidenciou o contraste entre o discurso de inclusão e a prática política, lembrando ao mundo que a luta climática não se vence apenas com metas, mas com respeito aos povos que há séculos protegem a natureza.
A Amazônia como símbolo global de esperança
Sediar a COP30 transformou Belém e toda a Amazônia no coração das discussões climáticas mundiais. O bioma foi tratado como peça essencial no equilíbrio do clima planetário e como exemplo da urgência de conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
A realização do evento na região amazônica fortaleceu o protagonismo do Brasil na pauta internacional e mostrou que o futuro do planeta passa pelas decisões tomadas na floresta.
Um dia de alertas e compromissos
O 11 de novembro foi um marco de contrastes. De um lado, avanços nas discussões sobre adaptação, ciência e governança local. De outro, tensões, cobranças e desafios que mostram que a ação climática global ainda está longe de alcançar o ritmo necessário.
Belém tornou-se palco de esperança, mas também de cobrança — um lembrete de que a sustentabilidade exige ação imediata, cooperação verdadeira e justiça social.
Fontes: The Guardian • Reuters • COP30.br • Al Jazeera • WMO.int • IISD Earth Negotiations Bulletin