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Marcha pelo Clima toma as ruas de Belém e exige fim dos combustíveis fósseis na COP30 - InfoAmazonia
COP30 – 21 de novembro de 2025
Na cidade de Belém (PA), a conferência da ONU sobre clima, COP30, entrou no seu momento decisivo no dia 21 de novembro de 2025. O que se esperava como um encerramento tranquilo acabou se transformando em um impasse com repercussão global.
O impasse principal: combustíveis fósseis e roteiro de transição
Uma nova versão do rascunho do texto final, divulgada pela presidência brasileira, omitiu qualquer menção aos combustíveis fósseis como petróleo, gás e carvão, além de não apresentar um roteiro claro de transição para energia limpa.
Essa ausência provocou forte reação de países vulneráveis, nações insulares e blocos regionais, que alertaram que um acordo sem metas explícitas perde força política e impacto real.
A União Europeia classificou o texto como inaceitável e afirmou que poderia bloquear a aprovação final se não houvesse maior ambição climática.
Financiamento da adaptação
Outro ponto de tensão foi o financiamento da adaptação climática em países vulneráveis. O rascunho propõe triplicar a quantidade de recursos destinados a adaptação até 2030.
No entanto, não ficou claro quem contribuiria financeiramente, como os recursos seriam distribuídos e quais mecanismos garantiriam a transparência. Esse cenário gerou preocupação entre delegações de países em desenvolvimento.
Consequências imediatas e o ambiente de Belém
A presidência da COP30 convocou mais horas de negociação, adiando o encerramento previsto inicialmente.
A conferência se tornou novamente um símbolo da difícil diplomacia climática, refletindo divergências econômicas e interesses nacionais distintos.
Em Belém, o clima ficou mais tenso, com manifestações de povos indígenas, jovens ativistas e representantes de regiões afetadas pelos eventos extremos exigindo justiça climática.
A ausência de decisões claras sobre combustíveis fósseis foi interpretada por muitos como um retrocesso em relação aos avanços anteriores em negociações climáticas.
O que está em jogo para o Brasil e para o mundo
Para o Brasil, país anfitrião da COP30, o resultado desse dia é um teste de credibilidade internacional. Uma conferência realizada no coração da Amazônia, com promessas de fortalecer a bioeconomia e a justiça climática, pode ser vista como simbólica se resultados concretos não forem alcançados.
Para o mundo, o acordo final da COP30 será interpretado como medidor da força da cooperação internacional. A crise climática exige ações rápidas para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC, e um fracasso em Belém pode significar perda de confiança na governança climática global.
A mensagem para cidadãos, empresas e governos
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Não basta definir metas. É essencial ter um caminho claro para alcançá-las
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Financiamento e justiça climática são pilares indispensáveis para proteger os mais vulneráveis
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A Amazônia está no centro das expectativas mundiais e o Brasil precisa demonstrar protagonismo e resultados
O dia 21 de novembro de 2025 destacou que ainda há muito a ser definido e que o mundo observa cada movimento em Belém. A COP30 pode ser lembrada como o momento de virada para o futuro do planeta ou como mais uma conferência com promessas sem implementação. As decisões tomadas às margens do rio Guamá moldarão o destino climático das próximas décadas.
Fontes
Reuters
The Guardian
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