
Fortalecendo a Agenda 2030 em Roraima


FOTO: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
COP30: Domingo marca virada política e pressões globais pelo fim dos combustíveis fósseis
O domingo, 16 de novembro de 2025, marcou um ponto decisivo na COP30, em Belém do Pará. Após uma semana de intensas reuniões técnicas, a conferência entrou oficialmente em sua fase política, momento em que ministros de diferentes países assumem a liderança das negociações. O avanço é considerado crucial para definir os caminhos que serão adotados nos próximos anos para combater a crise climática.
Apelo brasileiro por um roteiro global de transição energética
A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, ganhou destaque internacional ao conclamar os países participantes a construírem um roteiro autodefinido para a eliminação dos combustíveis fósseis. A proposta busca orientar as nações na transição energética de forma voluntária e proporcional às responsabilidades de cada economia. O tema gerou forte repercussão mundial por enfrentar diretamente um dos pilares das emissões: petróleo, carvão e gás.
O debate sobre colocar os combustíveis fósseis no centro das decisões ainda encontra resistência de diversos governos, mas ganha força dentro da conferência diante do aumento dos impactos climáticos extremos.
Questões pendentes e expectativas para a próxima semana
Mesmo com o avanço diplomático, há preocupações sobre o ritmo das negociações. Especialistas apontam lacunas significativas entre as metas climáticas assumidas até agora e o que é necessário para limitar o aquecimento do planeta a 1,5 °C, conforme o Acordo de Paris. Além disso, o financiamento climático continua insuficiente para atender países vulneráveis, especialmente no que se refere à adaptação e às perdas e danos já observados.
Com a chegada dos líderes políticos, espera-se que o ritmo das decisões acelere e que eventuais impasses sejam superados nas próximas rodadas de diálogo.
Mobilização intensa nas ruas de Belém
Enquanto os negociadores avançavam nas discussões dentro da estrutura da COP, o lado externo foi palco de grandes manifestações. Povos indígenas, organizações juvenis e movimentos ambientais protestaram sob o forte calor amazônico para exigir compromissos mais ambiciosos. Entre as principais reivindicações estavam o fim do desmatamento, a proteção dos territórios tradicionais e o abandono dos combustíveis fósseis.
Os protestos reforçam que a sociedade civil está acompanhando de perto a construção dos acordos e cobra coerência entre discursos e ações.
O dia 16 simbolizou uma virada estratégica na COP30. De agora em diante, as decisões não serão apenas técnicas. A pressão internacional, vinda tanto de governos quanto da população, coloca expectativas elevadas para que Belém entregue avanços reais rumo a uma economia mais justa e sustentável. As próximas decisões podem definir se a COP30 será lembrada como um marco de transição ou como uma oportunidade perdida em plena Amazônia.
FONTES
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The Guardian
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Reuters