
Fortalecendo a Agenda 2030 em Roraima

RESUMO DIÁRIO DA COP 30 - DIA 01
10 de novembro de 2025.

Abertura e alertas de urgência
A conferência internacional sobre mudanças climáticas - COP 30 foi oficialmente inaugurada nesta segunda-feira 10 de novembro em Belém do Pará, Brasil. O evento sediado no coração da Amazônia foi apresentado como um marco para a ação climática, não apenas para discussão (UNFCCC).
No discurso de abertura, o Secretário-Executivo da UNFCCC apontou que “o Acordo de Paris está funcionando para entregar progresso real, mas devemos nos esforçar valorosamente por mais”. Logo em sequência, o presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, ressaltou a necessidade de mobilização coletiva, de unir ciência, desenvolvimento econômico e adaptação climática como eixos centrais da conferência (IISD ENB).
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou que a COP não pode continuar como “uma vitrine ou feira de produtos climáticos ideológicos”, mas deve ser “muito séria, e para as coisas que decidirmos serem implementadas”. Ele apelou aos países para que entreguem o compromisso de mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para financiamento climático, reforçando que a Amazônia não pode mais ser deixada de lado no cenário da crise ambiental (Reuters). A repercussão desses discursos foi marcada por um tom de urgência, em que a retórica da responsabilidade coletiva e da ação concreta ganhou destaque entre delegados, ONGs e imprensa especializada.
Outros acontecimentos com forte repercussão
Ausência dos Estados Unidos
Um dos pontos que mais chamou atenção no primeiro dia da COP foi a ausência de representantes em altos níveis dos Estados Unidos na plenária de abertura. A cadeira reservada para Washington permaneceu vazia símbolo que circulou amplamente nos corredores do evento (AP News). Segundo a imprensa essa postura reflete a decisão da administração americana de não enviar delegação de nível ministerial ou governamental para esta edição da COP além de sua retirada formal do Acordo de Paris (Reuters).
Para analistas em relações internacionais e política ambiental essa ausência é mais do que simbólica: ela representa uma fragilidade no formato multilateral das negociações climáticas justamente num momento em que a coordenação global se torna mais necessária. Ao mesmo tempo dentro da conferência houve elogios ao fato de que outros países e atores subnacionais, como estados dos EUA, surgem para preencher parcialmente o vácuo deixado apontando para uma mudança no perfil de liderança climática global (Rinnovabili.net).
Agenda e adoção de formalidades
Ainda no primeiro dia foi aprovada a agenda da conferência para os órgãos diretivos e subsidiários. Esse fato embora pareça formal foi saudado como um bom sinal de funcionamento imediato dos trabalhos negociais o que em edições anteriores demorou a se concretizar (IISD ENB). No discurso de abertura o presidente da COP lembrou o legado da Eco 92 e afirmou que Belém deveria se tornar um rito de passagem na mobilização contra as mudanças climáticas.
Mobilização dos povos indígenas e foco na Amazônia
Outra nota de destaque foi a presença e visibilidade das lideranças indígenas e das comunidades amazônicas que reforçaram sua agenda de justiça climática, proteção territorial e adaptação frente aos impactos cenário reforçado pelo local escolhido para a COP (ABC News). O tom de “implementação” e “ação” permeou as declarações dessas comunidades algo que se conectou diretamente com o discurso de que “não queremos espetáculo, mas entrega”.
O primeiro dia da COP 30 em Belém deixou claro que o centro das atenções não está mais apenas em prometer metas, mas em implementar resultados. A combinação de discursos firmes do Brasil, da presidência da conferência e da UNFCCC com a ausência marcante dos Estados Unidos marca um novo momento nas negociações: em que os protagonistas tradicionais podem estar fora de cena e novos atores, como países em desenvolvimento, comunidades locais e estados regionais, assumem protagonismo.
Para o Brasil sediar essa edição no coração da Amazônia carrega tanto simbolismo quanto responsabilidade e o desafio de transformar esse simbolismo em transformações concretas é agora acelerado. Daqui em diante as atenções estarão voltadas para como os blocos de países ricos responderão às exigências por financiamento e entrega de compromissos bem como para a capacidade desta COP de produzir um roteiro claro de implementação ao invés de um amplo conjunto de promessas não vinculantes.
Fontes
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UNFCCC – Transcript of opening remarks of UN Climate Change Executive Secretary Simon Stiell at COP30 Opening Plenary.
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IISD ENB – Highlights and images for 10 Nov 2025 – Belém UN Climate Change Conference COP30.
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AP News – At UN climate talks in Brazil the only sign of the United States is an empty chair.
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Reuters – Diplomats worry absent US could still seek influence at COP30 climate summit.
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Rinnovabili.net – US absence could shift climate leadership at COP30.
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ABC News – Coverage on indigenous leaders’ participation and agenda at COP30.